FakeChat: Cuidado com golpe da conversa ou fotos falsas! O que fazer caso seja vítima?

FakeChat: A simulação de falsas conversas entre pessoas vem sendo utilizadas para extorsão na Internet. Saiba o que fazer e como agir.

Tem crescido o reporte de golpes
digitais envolvendo homens nas redes sociais. O principal deles é a extorsão
envolvendo a exposição íntima de homens para perfis desconhecidos. Funciona
assim: um perfil feminino adiciona o homem e começa a conversar com ele. Em
dado momento, a intimidade aumenta até que o perfil “se expõe”
abrindo a cam ou enviando fotos, que faz o homem pensar ser da pessoa do outro
lado do computador. Neste ponto, ele é convidado a se expor. Neste momento,
começa a tensão. O perfil normalmente muda o teor, diz que está passando
dificuldades e já solicita o depósito em dinheiro.

Caso haja resistência, a extorsão
começa. O perfil levanta dados sobre filhos, familiares emprego e envia à
vítima, inclusive com um “print” de uma de suas fotos expostas ou
vídeo. A ameaça é clara. “Se não me pagar, tudo irá para a Internet”.
Em alguns casos que identificamos, o criminoso cria uma “página
dossiê” com fotos do homem e com as fotos íntimas e divulga apenas para o
homem, como forma de coação e alerta.

Em outras situações ainda mais
graves, quando o golpista percebe que a vítima não vai se expor, ele
“cria” as fotos, enviando montagens que não são da vítima, ameaçando
divulgá-las, alegando que “capturou do seu computador”. A audácia dos
criminosos é tão grande que em muitos casos os bandidos simulam conversas que
não existiram, usando aplicativos que hoje conseguem realizar simulações de
conversas, como o “Fakechat conversations”, que vem, infelizmente,
sendo utilizado para simular conversas que nunca existiram, mas que servem para
destruir a reputação de pessoas.

Um golpe muito comum parecido com este
e que tem feito muitas mulheres vítimas é o da “falsa
pornografia”, onde bandidos divulgam uma foto de rosto da mesma juntamente
com vídeos de atos íntimos que não são seus, mas fazendo a maliciosa
associação. Os danos são muito graves, pois, infelizmente, quem recebe não
checa ou a acaba repassando. Essa conduta é criminosa!

A recomendação inicial é manter a
calma, jamais apagar as conversas, pois elas podem ser provas, não realizar
pagamento algum e registrar a ocorrência. Em alguns casos, informar que
não é a pessoa envolvida e alertar para que amigos e contatos não dialoguem com
um estranho é útil. Hoje é possível adotar medidas para identificar quem está
por trás da extorsão e impedir que este conteúdo ofensivo continue circulando.
Procure um especialista em crimes cibernéticos. Quanto mais rápido agir,
melhor. Vale também conscientização e atuação preventiva, evitando-se contatos
e exposição íntima com pessoas desconhecidas.

E para quem recebe imagens e
conversas de outras pessoas? Cuidado com decisões que toma com base nestes
conteúdos. Infelizmente, a tecnologia pode ser usada para boas e más
finalidades. Bom senso e jamais compartilhar conteúdos desta natureza é
fundamental. Se conhece a vítima, avise-a e preserve o conteúdo. Lembre-se:
milhares de pessoas são vítimas de crimes digitais no Brasil diariamente e
ninguém está 100% seguro. Amanhã pode ser você precisando de ajuda.

IDCI ajuda vítimas

O Instituto de Defesa do Cidadão na
Internet (IDCI) oferece apoio técnico e emocional a vítimas de crimes digitais
ou violações a dados, orientando e representando vítimas. Tem um projeto
IDCIEduca que leva nas escolas educação digital para uso seguro da tecnologia.
Para saber mais acesse no faceboook @idcibrasil.

Prof. MSc. José Antonio Milagre, especialista em direito digital e reputação online, é Advogado e perito em informática, especializado em Direito Digital e Eleitoral, Mestre e Doutorando Ciência da Informação pela UNESP, Pesquisador em Redes Sociais do NEWSDA-BR da Universidade de São Paulo (USP), Presidente da Comissão de Direito Digital da OAB/SP Regional da Vila Prudente, atuou na Vice-Presidência da Comissão Estadual de Informática da OAB/SP (2013-2015). Arbitro fundador da Câmara Internacional de Arbitragem e Mediação em Tecnologia da Informação, E-commerce e Comunicação (CIAMTEC.br). Consultor convidado na CPI de Crimes Cibernéticos – CPICyber do Congresso Nacional. É professor de Pós-Graduação em diversas instituições. Autor dos Livros “Guerra Eleitoral na Internet”, “Manual de Informática para Processo e Peticionamento Eletrônico”. Autor pela Editora Saraiva em co-autoria com o Professor Damásio de Jesus, dos livros e “Marco Civil da Internet: Comentários à Lei 12.965/2014” e “Manual de Crimes Informáticos”. É colunista no OlharDigital e da Rádio justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) Curriculo: http://lattes.cnpq.br/0103047320098610 É Data Protection Officer Certified by EXIN. Fundador do Instituto de Defesa do Cidadão na Internet – IDCI. Site: www.josemilagre.com.br